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29 de junho de 2022

Clima organizacional no trabalho híbrido: o que mudou?

O clima organizacional está presente em todas as empresas, independentemente do porte, segmento e até mesmo do sistema de trabalho. Esse termo revela a satisfação dos colaboradores com as condições que a empresa oferece. Mas como fica a questão do clima organizacional no trabalho híbrido?

Durante a pandemia da Covid-19, as organizações precisaram promover o distanciamento social e adotaram o modelo de trabalho remoto (home office) para atividades não essenciais. Recentemente, com a crise sanitária mais controlada, o sistema híbrido ganhou mais projeção e, hoje, é o formato preferido dos funcionários.

A transição nos modelos de trabalho impacta tanto a cultura da empresa quanto o clima organizacional. Afinal de contas, as relações se desenvolvem em um novo contexto, que é percebido a partir das particularidades de cada indivíduo.

Isso exige ainda mais atenção para a interação com os colaboradores e faz com que a pesquisa de clima organizacional seja um instrumento indispensável para fortalecer vínculos e garantir o alcance dos resultados corporativos.

O que é o clima organizacional

O clima organizacional é a percepção que os colaboradores têm sobre a empresa. De acordo com Erika Moraes, gerente da consultoria global Robert Half, o clima “é como a pessoa se sente dentro daquela companhia”.

A percepção dos funcionários é formada a partir de uma série de aspectos, como benefícios oferecidos, comportamento dos colegas e gestores, perfil da gestão, carga de trabalho, ferramentas para execução das atividades etc. O conjunto de fatores que influenciam a satisfação interna é abrangente e precisa ser avaliado de forma adequada. “É o contexto como um todo que leva o clima organizacional a ser bom ou não”, explica Erika.

Conhecer o clima organizacional é o ponto de partida para promover melhorias e, com isso, alcançar resultados gerais melhores. A satisfação interna está relacionada às taxas de absenteísmo, turnover, produtividade, engajamento e lucratividade, entre outros indicadores. “Dificilmente existe uma empresa com bons resultados com um clima organizacional ruim hoje em dia, por que essa cultura vem mudando ao longo dos anos.”

Clima organizacional no trabalho híbrido

A pandemia promoveu uma completa mudança de cultura, que veio para ficar. “O que a gente tem que entender são as motivações das pessoas”, argumenta Erika. “Estando presencial ou em home office, a pessoa que não está disposta a dar o melhor de si não vai dar.”

Na prática, o que se sobressaiu como fator decisivo para engajar e motivar foi o propósito. “É mais como engajar, motivar, trabalhar com propósito do que querer controlar o que as pessoas estão fazendo. Foi justamente essa ‘virada de chave’ que tivemos que ter na pandemia da noite para o dia.”

O líder tem um papel importante a exercer nesse novo contexto e precisa assumir uma postura de orientação, gestão e condução, em detrimento do controle. Essa “virada de chave” foi indispensável na administração do trabalho remoto e continua como um pilar no sistema híbrido.

“Agora, a gente precisa fazer uma readaptação, pois, no modelo híbrido, temos uma situação em que cada um está sendo gerido de uma forma: tem gente que vem no escritório e outros que não vêm”, demonstra Erika.

Dependendo da realidade da empresa, há situações muito distintas a gerenciar, como a de funcionários que estão mais tempo na empresa e os que preferem ou precisam atuar de forma remota, como é o caso dos colaboradores que estão em localidades mais distantes.  “Como eu vou gerenciar e engajar essa pessoa? Esse é o desafio para as lideranças.”

E o clima? Se a empresa já tinha a cultura de realizar a pesquisa de clima organizacional antes de aderir ao trabalho híbrido, pode ter notado mudanças na satisfação interna. Se a percepção dos colaboradores piorou, é preciso entender os fatores que levaram a esse cenário. Veja como agir!

  1. Pesquisa de clima organizacional: a avaliação deve ser realizada para identificar qual é a percepção atual dos colaboradores e quais fatores levaram a um desempenho pior. Erika orienta que é necessário entender, na individualidade, os motivos que geram uma percepção negativa, que pode estar associada, inclusive, às condições do trabalho quando exercido no home office.
  2. Plano de ação: a partir dos resultados trazidos pela pesquisa de clima organizacional, trace planos de ação de curto, médio e longo prazo. O curto prazo garante agilidade para melhorar a satisfação interna. Nesse ponto, foque em poucas e específicas metas para que as ações possam ser colocadas em prática rapidamente.
  3. Alinhamento de cultura: Erika explica que uma das coisas mais importantes para manter um bom clima organizacional é ter na equipe pessoas alinhadas com a cultura e o propósito da empresa, “porque as pessoas estão ali por uma coisa maior, não só pelo salário.”
  4. Comunicação interativa: as áreas de Recursos Humanos e de Comunicação Interna devem investir em uma comunicação interativa que ofereça às pessoas novas possibilidades de aprendizado e participação. Erika lembra que o objetivo da interação é “levar para o time, para as pessoas, o quanto a opinião delas é importante, não só por falar, mas porque de fato elas vão poder falar, alguém vai ouvir e alguma ação vai ser tomada em cima daquilo”.
  5. Diversidade e inclusão: trabalhar questões de diversidade e inclusão de forma efetiva em várias esferas da organização, incluindo a comunicação interna, contribui para a melhoria do clima organizacional.

A comunicação é sempre um ponto de apoio para melhorar o clima organizacional no trabalho híbrido. A Cucas Conteúdo pode auxiliar sua empresa nesse processo. Vamos conversar?