Por natureza, o ser humano precisa e gosta de se sentir integrado a um grupo, acolhido, importante. Nas empresas, todas as pessoas querem se sentir parte de uma equipe, de um projeto, de um objetivo, querem ser vistas e representadas. Não se trata apenas da remuneração no fim do mês… é algo mais.
Do lado das organizações, trabalhar pela inclusão pode começar por uma mudança na forma de se comunicar, pelo reconhecimento de todas as pessoas na sua individualidade, sua identidade, em suas diferenças e necessidades.
A chamada “Comunicação Inclusiva” é uma ferramenta que pode ser adotada para comunicar sem excluir nem invisibilizar nenhum grupo, fazer com que as pessoas se sintam em pé de igualdade com todas as outras ao seu redor.
Mas, na prática, como fazer isso? Por exemplo: em mensagens e comunicados, não empregar apenas pronomes, artigos ou substantivos que privilegiem o gênero masculino, esquecendo-se de que as equipes também são formadas por mulheres, pessoas trans, pessoas que não se reconhecem como homens ou mulheres, entre outras, que podem não se sentir devidamente representadas ou prestigiadas como destinatárias dessa comunicação.
Algumas técnicas que podem ser empregadas:
- abuse da palavra “pessoa”: em vez de escrever “buscamos candidatos”, escreva “buscamos pessoas”;
- lembre-se de que departamentos, equipes, em sua maioria, são compostos por homens e mulheres: em vez de dizer “os pesquisadores”, prefira “a equipe de pesquisa”; troque “os diretores” pela “diretoria”; “os técnicos” por “equipe técnica” etc.;
- mais “você”: em vez de dizer “os interessados podem entrar em contato…”, diga “se você se interessou, entre em contato…”;
- ao se dirigir a homens e mulheres, seja inclusivo: use “todos(as)”, “todos e todas”;
- você pode usar, ainda, outros recursos da chamada “linguagem neutra”: o “e” no lugar do “a” ou “o”, deixando de marcar os gêneros masculino e feminino, o que resulta em, por exemplo, “todes”;
- se estiver em dúvida sobre o pronome a ser empregado com determinada pessoa, não tenha medo: pergunte a ela.
Há muitas outras formas de acolher todas as pessoas. A Comunicação Inclusiva é apenas uma delas. Trata-se de uma ação afirmativa, um gesto político de reconhecimento da identidade e unicidade de cada ser humano.
Ao acolher todas as pessoas, em sua diversidade, as empresas só têm a ganhar: uma equipe mais engajada, motivada, participativa, criativa, generosa, enfim, mais preparada para a sociedade atual, seus clientes, consumidores, interlocutores, cada vez mais informados e antenados com as questões inadiáveis do nosso tempo. Um ambiente de trabalho diverso, onde predominam o respeito e a tolerância, sem ruídos na comunicação, tem tudo para ser mais saudável e enriquecedor, beneficiando tanto as empresas quanto a própria sociedade.